quarta-feira, 14 de outubro de 2015

Lucas


Ouço "Eu amo você", do Tim Maia e sinto falta de outra voz.
Sem ele não faz sentido. Ele está aqui, à poucos metros de mim, (ou lá, escolha você), mas dorme...
Dorme como um anjo seja aqui, lá, acolá, aonde for.
Lucas é seu nome e seu lar, meu coração.

- Vai embora. - Eu me enlouqueço, te entorpeço.

- Vai, sai.- Eu piso firme.
- Não faz assim... - Você tropeça, entorpecido pelas palavras que pisei firme.

E você tentou de tudo, mas nada iria adiantar até que eu percebesse que você já se trancou pra dentro; Percebido isso, vejo que não é mais sobre me conformar, como se não fosse uma opção.

É sobre entender a decisão que eu tomei ao jogar a chave fora.
Decisão esta, que raramente tem um caminho de volta. É pista de mão única e quando tem algum retorno, é muito longe, ou esburacado, ou enlameado, ou a gente passa direto e perde a entrada ou, quando finalmente conseguimos entrar, nos perdemos por ele.

Nunca mais quero sair desse aconchego que é seu colo.

Minha cabeça, quando recostada em seu peito, vira coração, não pensa, só ama.


Penso muito, logo não apenas existo.

Penso muito, logo sou, além de existir.
Sou todas as conclusões que já tirei, e são muitas, mas não me completam por inteiro.
Eu não tenho resposta para todas minhas dúvidas e muito menos certeza de todas as minhas conclusões.
Todos existimos mas poucos são alguém.