Olhos de gaivotas

Amo esses teus olhos de gaivotas,
Voando num mundo invertido,
Onde céu vira mar e mar, céu.

Você era como uma folha em branco
E eu só escuridão.
Enquanto o tempo foi te colorindo,
Você foi me iluminando.

Você, pedra preciosa.
Sua presença, um privilégio.
Sua lealdade, presente de Deus.

Em você eu vejo o azul do céu,
A espuma branca do mar,
Tons de florestas, 
E nuances do amor.

Cheia de cor,
Apesar dos espinhos,
És minha flor.

A maior crueldade da vida

A maior crueldade da vida,

É te fazer escolher,

Sem ao menos entender,

As consequências das escolhas.

Caminhos

Lastimável é a vida,

De quem vive a procurar,

Incessantemente,

O caminho certo a tomar.

Meu fardo

Lembrar do passado,

Do que eu fiz de errado,

É o meu fardo,

Só me resta ir pro bar.

Os meus pensamentos,

São tantos lamentos,

Meus melhores momentos,

Passei com você.

Você diz que cansou,

Que o romance acabou,

Sem você estou,

Por isso eu bebo.

Ao amanhecer,

Vou me reescrever,

Pois prefiro morrer,

A viver sem ti.

Não vou desistir,

Sem antes reagir,

Sem ver você sorrir,

Pra mim de novo.

É "Para sempre" que se diz, né?

São tantas lembranças...

Sinto falta de você,

Daquela música,

Do abraço forte,

De sermos um só.

Quero você aqui,

Só por hoje,

E que hoje durasse pra sempre.

Eternamente sua,

Sinceramente é você,

Indubitavelmente mais ninguém.

As vezes

As vezes eu me surpreendo 

Com a preseça de cor,

Com a falta de amor,

Com um simples autor.

As vezes eu paro no tempo,

Pra evitar um tormento,

Pra sentir o vento,

Pra guardar um momento.

As vezes eu me decepciono,

Porque esperava algo a mais,

Porque queria algo em troca,

Porque não foi tão bom assim.

As vezes eu queria,

Só um beijo bem dado,

Só dar mais um trago,

Ou mais uma chance.

A vida é assim.

Do início ao fim,

Feita de "as vezes".

Noite quente

Noite quente de verão
Da colo, estende a mão
E acalenta o coração
Sedento por paixão

Coração acalentado
Não precisa mais chorar
Noite quente de verão
Faz dor de amor passar

Noite quente de verão
Suaviza a solidão
Confortando o coração
Que se dedicou em vão

Solidão suavizada
Não precisa mais chorar
Noite quente de verão
Faz dor de amor passar

Fogo azul

E ai se perdeu... não no plano físico, estava em casa e sabia disso, mas se perdeu como lenha na lareira, que em chamas aquece o corpo gélido e o mantém vivo, e depois, completamente consumida pelo fogo, vira cinza, perdendo o propósito. Cinzas de nada servem... uma hora incendiava e aquecia, outra, de nada servia. Pobre destino dessa menina, se perder assim... desprovida de sentido, sua existência não tinha mais porque nem por quem.