Há certos conhecimentos que não matam a sede,
Mas envenenam a alma, padecem o espírito.
Pois uma vez que seus pés saírem do limbo de
delírio,
Não há possibilidade alguma de se fugir da
solidão.
Dói a incompreensão.
Mas a dor já não dói como antes.
Tenta-se chorar sem êxito,
Pois não se sente mais nada à flor da pele.
Teus olhos desiludidos nunca mais verão cor em
uma flor,
Agora enxergas a pele só como o provável destino
de uma faca afiada
Conhecer a realidade despida de vestimenta,
mas trajada de malícia irreverente
É uma experiência paradoxal.
Você morre por dentro a partir do momento que
vive sob as labaredas dos confins da existência factual.
Sentenciado a viver recluso para sempre,
Procurando em cada olhar um que esteja
procurando um como o seu também.
Olhares sem véus.
Um tanto curioso pensar que o destino dos
poucos que vem a vislumbrar a verdadeira, genuína e absoluta realidade,
Aqueles poucos que acabam por descobrir todas
as respostas ainda não desvendadas,
São castigados com uma vida solitária,
incompreendida e lamentável.
O despertar liberta-os da ilusão, mas os
aprisiona fora dela.
Mortos de sonhos,
Vazios de compreensão
Cheios de certezas
Em meio a pessoas acorrentadas por fatos
falsos
Desconsiderados
Considerados dissimulados
Separados de todos ainda que estejam lada a
lado
Vivendo sobre o mesmo chão, porém isolados em
realidades paralelas.
Não existe mais andar de mãos dadas.
Não existe a alegria de olhar olhos que
consigam ver além do que está aparente
Não existe mais sorrisos de verdade.
Nem noites de sono tranquilas.