sábado, 22 de outubro de 2022

Painita Ignota

 



Um dia que já virou noite,
Uma rua de paralelepípedos mal colocados.
E a triste ausência,
Daquela menina,
Tão bela quanto uma avalanche.

No rádio, aquela música.
No céu, a mesma lua.
E o cigarro por queimar.

O bonito sorriso,
Que não se deixa esquecer,
Faz enlouquecer,
E até o homem mais são,
Perder o chão.

Seu olhar de singular Painita ignota,
Única ainda não explorada.
Bruta, não lapidada,
Camuflada por outra raridade,
O brilho desse seu olhar.

Uma simples conversa,
Na fila do pão
Despertou novo desejo
Em meu coração em coma por desilusão.

A possível caminhada,
lado a lado, à mercê
Faz meus os olhos, querer fechar
Na esperança de sonhar,
Um sonho lúcido com você.

Seu misticismo etéreo é meu eterno fascínio.
Única e singular, menina elementar,
Ora fogo, ora vento, ora terra, ora mar.
Tesouro perdido que não infelizmente não pude cativar.

Que esta poesia sirva de algo então,
Nem que seja de pano de chão,
Já que minhas promessas
Não valeram nenhuma droga de um tostão.