terça-feira, 15 de setembro de 2015

que nada nunca me pare


Eu sou sem sentido mesmo, eu e a vida, do jeito que é pra ser.
O sem sentido é excitante, é intrigante e te dopa com uma leve dose de insanidade.
Que eu seja sempre assim, sem sentido do início ao fim e que nada nunca me pare.
Afinal, eu fui feita pra galopar, sem malícia, num belo cavalo marinho, de baixo do oceano em meio as vibrações dos cantos das sereias. E 
talvez eu vire sereia.
Ou talvez eu vire golfinho...
Sabe aquela velha metamorfose ambulante?!
Voando com a ajuda de um pardal, sinto saudade do chão, pego carona com uma gota de chuva...
Aterrizei, agora sou lágrima que eu mesma chorei, enfim percebi que meu lugar não é aqui.
Besteira minha foi voltar..
Pardal cadê você? Amigo querido, preciso de você! Me leve de volta praquele raio de sol, depois das palmeiras de acolá.

Meu trecho imortal



Na diversão de um quadrado, enfurnados no quarto, fumaça contra a luz.
O assoalho frio reflete nosso amor. Vejo você verde e vermelho, te amo em azul.
A noite é infinita, o relógio deu tilt e a brincadeira ainda nem começou,
Hofmann representou. 
Pedala comigo amor, pedala, vamos pela orla dos nossos corpos nus. 
Eu te amo faz tempo e você perdeu o medo a tempos também, 
me encontre no bosque que a gente foi da última vez, 
me encontre naquelas lembranças das águas que a gente já flutuou. 
Amor, to aqui no ninho, esperando seu carinho. 
Sei que outros passaram mas você... passarinho!

Meu passarinho... vai voando que eu vou atrás, 
cantarolando trechos dos imortais:
"Um dia pra esses olhos sem te ver é como o chão do mar [...] Luz dos olhos, para anoitecer é só você se afastar. [...] Faço as pazes lembrando , passo a tarde tentando te telefonar." 
Pousa comigo naquela nuvem pra lá dos Dois Irmãos, não há nada como a sua companhia.

Sem fim.